quinta-feira, 27 de setembro de 2007

E a Nova Luz...

Fui, como qualquer benfiquista, um grande fã do famosíssimo Gigante de Betão. Era um colosso, em pedra e em alma, tinha uma aura magnífica e uma história ímpar. Hoje, porém, não trocaria este novo estádio pelo antigo. Além, claro, da maior modernidade, tem características estéticas e arquitectónicas que, apesar da menor lotação, permitem reeditar o Inferno da Luz. A cobertura e o facto de ser muito alto(mais do que seria necessário para a lotação que tem) criam uma acústica única. Ouvir a voz de 65 mil em êxtase esbarrar nas enormes bancadas, ainda por cima cobertas, da Luz cria um eco de muito respeito. Depois há a beleza. De qualquer ponto do estádio, a visão é magnífica. Como facilmente se percebe pela fotografia, a cobertura dá-lhe enorme pinta, faz toda a diferença, de dia ou de noite, sempre diferente, sempre cheia de classe. Pergunte-se aos responsáveis do Arsenal se não se engraça facilmente com a Luz, por alguma razão o Emirates é uma cópia do nosso...
Para o fim, deixo um vídeo de minha autoria em homenagem à nova catedral. Espero que gostem, pá eu gosto! :)


Antiga Luz...


Uma história sobre o Inferno da Luz.

Por Mozer,

"É preciso sair do país para enxergar o prestígio e o tamanhão do Benfica em todo o mundo. Estive três anos em frança, no Marselha, joguei num estádio fantástico, o vélodrome, convivi com grande jogadores como Papin e Waddle, mas o Benfica estaa sempre no meu pesnamento.
Os meus companheiros de equipa não percebiam muito o meu entusiasmo pelo clube, já que sabiam pouco do futebol português, embora reconhecendo o tremendo historial do Benfica.

Durante os primeiros tempos tive de aturar os comentários de Papin, logo desde o inicio, sempre que jogávamos em casa.
Uns dias antes de cada jogo, o Papin chegava para mim e me dizia: "Mozer, vais ver o que é um estádio cheio e um ambiente terrível." Terrível para os outros. Não sei se o se o Papin dizia isso para me intimidar, já que era novo no clube e não percebia muito daquela conversa. Mas para mim, sempre pensava: "Este cara precisava de jogar no Maracanâ ou no estádio da Luz, cheios." Era o que eu pensava.

Até que, na taça dos campeões, nas meias-finais, o Benfica calhou no caminho do Marselha. Fiquei, ao início, desgostoso, porque ia defrontar o meu Benfica, o clube que os meus companheiros sabiam que eu adorava. Me lembro de Sauzée, o meu zagueiro do lado me ter perguntado: "Voçê vai estar em condições de jogar contra o Benfica?" Aí, senti que beliscavam o meu profissionalismo. Nos dois, jogos joguei a duzentos por cento.
Depois do primeiro jogo, em marselha, uns dias antes de jogarmos na Luz, virei para o Papin e lhe perguntei: " Papin, voçê quer mesmo ver o que é um estádio cheio, com 120 mil a gritar todos para o mesmo lado?" Engraçada a reacção do Papin: "Voçê, está querendo me meter medo, Mozer?" Não estava não e por isso lhe disse para esperar para ver. E já agora, tremer. Pois bem, chegou o dia, chegámos no estádio da Luz e fomos logo indo para os balneários. Muitos risos, muita convicção de que íamos jogar a final da Copa dos Campeões. Lembro até que Tapie disse aos jornalistas franceses que lhe podiam chamar de Bernardette se o Marselha perdesse a eliminatória.

Antes de subirmos ao relvado, para o aquecimento, Papin ainda troçou de mim, dizendo que estava já "tremendo de medo". E ria-se bastante.

Os jogadores foram saindo do balneário e eu atrasei um pouco, porque estava colocando uma ligadura no tornozelo. Quandio cheguei perto do tunel de acesso ao estádio, começo a ver os meus companheiros, compeletamente assustados e todos do lado de dentro, não querendo entrar. Só depois percebi que, nessa altura o Eusébio foi chamado ao relvado para receber uma homenagem e foi aí que o estádio quase vinha abaixo. Logo no momento em que os meus companheiros do marselha se preparavam para entrar. Claro que voltaram atrás assustados e me perguntado: "O que era aquilo?".
Aquilo respondi eu, é o Inferno da Luz. Aí todos me começaram a me dizer para ser eu o primeiro a avançar, subi as escadas, entrei no relvado, não fui mal recebido e quando olhei para trás, estava sozinho. Espreitando, à saida da escadaria estavam alguns dos meus companheiros do Marselha, ainda com um olhar de medo e só nessa altura começaram a entrar. No regresso as cabinas, perguntei a Papin: "Já sabes agora o que é um estádio cheio e um grande ambiente?" A resposta, nunca mais a esqueci: "Mozer, nunca vi uma coisa destas. Tudo isto é incrível. Sempre tiveste razão, o Benfica é Enorme!" Naquela noite, o marselha perdeu, fiquei triste mas senti orgulho pelo Benfica. E já agora, naquele balneário, fui o unico a ter uma vitória. Foi uma vitória moral, sobre aqueles que não acreditavam na grandeza do Benfica."
Grande Mozer!

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

Porque é o Benfica Benfica?

Há inúmeras coisas que os adversários invejam em nós - Benfica -, desde o facto de termos uma história de longas décadas, até à indeterminada vastidão da nossa massa adepta, passando pelo ambiente único e visceral do majestoso Inferno da Luz. São alguns destes motivos, entre outros, que lhes dão comichão nos cotovelos, mas há, de entre todos, um que os aborrece mais do que tudo: a Euforia. A Euforia é uma característica tipicamente benfiquista. Esta característica tem a ver com uma coisa que todos nós benfiquistas, mais do que qualquer outro adepto, sentimos, uma coisa que os tais outros adeptos adorariam sentir, mas não conseguem, pelo menos com tal intensidade. Essa coisa tão importante e tão aparentemente pouco importante é o que torna o símbolo benfiquista imortal, é o facto de o Benfica nos tornar crianças, nos roubar a racionalidade, nos atingir com um fascínio inigualável e nos fazer esquecer que idade ou que responsabilidade temos. O Benfica é esta força, esta potência que sempre emana de qualquer benfiquista por mais cerebral e adulto que ele seja. É por isso que é um gigante nunca completamente acordado, é que há sempre um lado infantil, um lado imaginário que pode ainda ser desperto, há sempre um ponto que é possível superar, não se vislumbram limites, é tudo… eternamente fascinante, eternamente infantil. O Benfica é um espírito, é uma ideia, a sua pedra poderia virar ruína que sempre se levantaria de novo, a base é a sua mística, a sua ideia, o espírito de um futuro sempre inacabado, a base é a criança que sempre é despertada quando a águia voa e equipa entra no relvado. O horizonte nunca se fecha porque não há horizonte, o horizonte é… um Espírito e o Benfica é isto mesmo, um Espírito. É este espírito que amamos, com uma força inefável, inexprimível e incompreensível para qualquer adversário nosso! Não é “este” jogador, “este” estádio, “este” momento histórico, é sim o que eles simbolizam, o que no peito das camisolas eles transportam, e é principalmente aquilo que ainda está para vir, o Benfica que seremos! Amo-te, Benfica! O teu futuro será ainda maior do que o passado, eu acredito!

A Mística do Benfica

Não faria sentido falar em engrandecimento do Benfica e começar de outra forma que não através da exibição deste magnífico vídeo. Pelo assombro das imagens, pela força da banda sonora, pela grande sensibilidade, tem a minha vénia o autor desta obra-prima. Arrepiem-se...

Chama Imensa, o Baptismo

Servirá este espaço para, de alguma forma, prestar culto ao Glorioso. Não o usarei para análises aos jogos, para cascar nos ódios de estimação ou para dizer aquilo que, de uma forma geral, variadíssimos outros blogs já dizem. Ou seja, não é uma revista semanal, pretende sim ser um espaço de culto, de engrandecimento do Benfica. Faço-o por amor, para partilhar ideias e sentimentos, para desabafar e para ajudar a tornar ainda mais benfiquistas os benfiquistas que por cá passem. Se atingir a módica quantia de três pessoas por ano já terá valido a pena a ideia, é o meu ponto de partida... :)

Blog inaugurado!